Uma carta aberta dirigida ao Spotify, assinada por 270 médicos e cientistas, cobra da plataforma a implementação uma política contra a disseminação de falsas teorias.
A carta surgiu depois da publicação de um episódio do The Joe Rogan Experience em que o convidado foi Robert Malone, um virologista conhecido por espalhar desinformação sobre a COVID-19 e anteriormente banido do Twitter pelo mesmo motivo.
Segundo o texto da carta, em tradução livre, “ao permitir a propagação de afirmações falsas e socialmente prejudiciais, o Spotify está permitindo que sua mídia hospedada prejudique a confiança do público na pesquisa científica e gere dúvidas sobre credibilidade de instruções baseadas em dados, oferecidas por profissionais”.
O episódio ao qual a carta se refere foi lançado no dia 31 de dezembro, com alegações infundadas sobre a pandemia, incluindo várias informações falsas sobre as vacinas contra a Covid-19, e comparando a situação atual com o holocausto.
Uma gravação do episódio teria sido compartilhada no Youtube por um desconhecido. A plataforma retirou o conteúdo do ar. Já o episódio no Spotify segue disponível.
“Nós, médicos, enfermeiros, cientistas e educadores abaixo assinados, pedimos ao Spotify que estabeleça imediatamente uma política clara e pública para moderar a desinformação em sua plataforma”. Assim a carta é encerrada, seguida das assinaturas.
The Joe Rogan Experience
Joe Rogan tornou-se primeiro conhecido como comediante stand-up, ator e comentador do Ultimate Fighting Championship (UFC), um campeonato de artes marciais mistas. Politicamente, as suas opiniões não estão presas a nenhum campo político. “The Joe Rogan Experience” é um podcast exclusivo do Spotify desde 2020 e hoje chega a milhões de ouvintes.
De acordo com matéria publicada na ESPN, essa não é a primeira polêmica que Joe Rogan se envolve por conta de suas opiniões e posicionamentos, como sugerir que jovens saudáveis não devam se vacinar. Ainda segundo o site de esportes, ao se infectado pelo coronavíruso, em setembro do ano passado, optou pelo tratamento com remédios que ainda não tiveram sua eficácia contra a COVID-19 comprovada, como a Ivermectina.