Após a última quinta-feira (27), quando as músicas de Neil Young foram retiradas do Spotify após protesto do artista contra o podcast de Joe Rogan, muitas foram as repercussões sobre o caso.
O Spotify, por sua vez, tem sofrido várias reações sobre o apoio incondicional oferecido ao podcaster que teria, em linhas bem gerais, divulgado falsas informações sobre a pandemia e vacinação contra a Covid-19. Até mesmo uma carta aberta assinada por 270 cientistas e médicos foi encaminhada ao serviço de streaming , onde o grupo cobrou da plataforma a implementação de uma política contra a disseminação de falsas teorias.
Veja abaixo algumas das repercussões acerca do posicionamento do Spotify diante do mal-estar causado pelas notícias falsas difundidas por meio do podcast The Joe Rogan Experience, exclusivo da plataforma:
OMS apoia
A Organização Mundial da Saúde manifestou apoio à atitude do músico Neil Young de escolher retirar seu conteúdo da plataforma. O chefe da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que “todos temos um papel a desempenhar para acabar com essa pandemia e infodemia”. No Twitter, ele também agradeceu o posicionamento de Young contra a desinformação e imprecisões em torno da vacinação.
Deixando o catálogo
A cantora canadense Joni Mitchell também decidiu retirar toda sua obra do Spotify. Em nota divulgada em seu site oficial, ela escreveu que “pessoas irresponsáveis estão espalhando mentiras que estão custando a vida das pessoas. Me solidarizo com Neil Young e com as comunidades científicas e médicas globais nesta questão”. Veja aqui.
O guitarrista Nils Lofgren seguiu os mesmo passos para protestar contra as fake news divulgadas na plataforma. Ele ainda convidou colegas, artistas e fãs a se unirem à iniciativa e cortarem laços com o Spotify.
Tiraria, mas não pode
Em resposta ao tweet de um seguidor, o guitarrista David Crosby deu a entender que só não remove suas músicas da plataforma, pois vendeu os direitos de publicação sobre elas no ano passado. “Eu não controlo mais isso, ou eu faria em apoio ao Neil”, escreveu o músico.
“Delete Spotify” dentro do Spotify?
A banda de rock Belly deixou como capa da página no Spotify a mensagem “Delete Spotify”, que é assunto do momento no Twitter com o mesmo texto para a #.
Ao Variety, membros da banda disseram que “desde o início, o modelo de negócios do Spotify tem sido desvalorizar o trabalho criativo e pagar menos aos artistas, enquanto faz lobby (junto com outros gigantes da tecnologia) para manter os regulamentos que regem os pagamentos de royalties a seu favor e contra os artistas. Usar uma grande parte do dinheiro que deveria ser distribuído aos artistas para financiar e fornecer uma plataforma para a desinformação – desinformação que pode prolongar a pandemia e prejudicar ainda mais os artistas, limitando as opções de apresentações ao vivo – é finalmente demais. Sim, acreditamos na liberdade de expressão, mas não acreditamos que tenhamos a obrigação de ajudar a financiar a desinformação deliberada e a dúvida semeada para minar a própria noção de um bem público coletivo (e ser mal pago no processo).”
Sem mais podcasts até segunda ordem
A podcaster Brené Brown, que em 2020 assinou contrato de exclusividade com a plataforma, também manifestou sua insatisfação com o posicionamento do serviço de streaming e disse que não fará novos lançamentos. Ela é apresentadora dos originais Unlocking Us e Dare to Lead. “Não lançarei nenhum podcast até novo aviso”, escreveu Brown no Twitter. “Para nossas comunidades #UnlockingUs e #DaretoLead, sinto muito e avisarei se e quando isso mudar.”
Está explicado. Ou não.
O jornalista Omid Scobie compartilhou no Twitter o que seria um comunicado da Archewell, fundação do príncipe Harry e Meghan Markle, sobre o envolvimento do Spotify com a polêmica da desinformação. O texto, que teria sido divulgado por um porta-voz da fundação, diz que as preocupações não são apenas de agora e isso poderia explicar, em parte, a relutância em lançar novo material:
“Desde o início da Archewell, trabalhamos para lidar com a crise global de desinformação em tempo real. Centenas de milhões de pessoas são afetadas pelos graves danos da desinformação desenfrada de todos os dias. Em abril no ano passado, nossos confundadores começaram a expressar preocupações aos nossos parceiros do Spotify sobre as consequências reais da desinformação sobre a Covid-19 em sua plataforma. Continuamos expressando nossas preocupações ao Spotify para garantir que mudanças em sua plataforma sejam feitas para ajudar a lidar com essa crise de saúde pública”.
No comunicado também há a esperança que o Spotify tome providências sobre o tema e se deixaram abertos a continuar o trabalho juntos.
Por outro lado…
O CEO do Spotify, Daniel Ek, publicou na íntegra a política de conteúdo da plataforma e você pode conferir aqui.
Segundo uma avaliação feita pelo PodNews, quando lidas literalmente, as políticas parecem não ter sido quebradas pelos convidados de Rogan. No material divulgado, Daniel ainda prometeu que estão “trabalhando para adicionar um aviso de conteúdo a qualquer episódio de podcast que inclua uma discussão sobre a Covid-19″. Ele ainda defende que tal aviso seria, até onde sabem, “o primeiro do tipo em uma grande plataforma de podcast”, mesmo tendo o Youtube incluído avisos do mesmo tipo há mais de um ano.
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