O podcast tem ocupado, cada vez mais, o posto de novo queridinho do marketing de conteúdo. A expectativa de marcas e profissionais, ao embarcarem em um meio que promete um índice de retenção próximo de 80%, é aquirir autoridade, construir uma audiência fiel e trazer esse público para os seus funis de venda. Tudo isso é legítimo, mas há mais verdades acerca dessa verdade.
Existe um grande intervalo de tempo entre se posicionar como autoridade, construir uma audiência e obter novos clientes ou negócios a partir do podcast. A verdade é que esse ciclo é para os poucos que conseguem ter paciência e consistência na produção do conteúdo.
Podcast é projeto de longo prazo. Se você procura resultados rápidos, como a geração de leads, aconselho criar um ebook ou um webinar, que podem ser tranquilamenete produzidos e lançados em um espaço de duas a quatro semanas.
Assim como esperar grandes resultados no curto prazo, outro erro frequente é começar o projeto com a motivação errada. “O sucesso é a consequência e não um objetivo”, já dizia o escritor Gustave Flaubert, quando com certeza não falava de podcast. Mesmo assim, essa máxima se aplica perfeitamente no contexto em que o foco primário deve estar no ouvinte e não no que você espera dele.
Sou a favor de que todo o projeto tenha visão e objetivos definidos, além disso, marcas não investem orçamento de marketing em um podcast só pela brincadeira. No entanto, ao podcast se aplica a regra primária de produção de conteúdo que já praticamos em outros meios: pense na audiência, conheça suas dores, sirva o seu o público com o melhor conteúdo possível e mantenha a frequência de publicação. O resultado, mesmo que demorado, será uma audiência bem servida e propensa a conhecer mais sobre o que você tem para oferecer.
Em entrevista recente ao meu podcast A Era do Áudio (áudio e transcrição do episódio disponíveis no link), o especialista em marketing de conteúdo, fundador da Tracto e experiente podcaster Cassio Politi revelou que, de fato, as empresas se encantam muito com formato de conteúdo para ouvir. Contudo, “depois de um tempo o podcast vira aquele patinete que você comprou e encostou em algum canto da sua garagem.”
Por isso, alinhar expectativas é fundamental para evitar frustrações, seja você produtor de podcast, consultor de marketing ou mesmo uma grande agência. E se você for o cliente e ainda não teve essa conversa, chegou a hora de alinhar expectativas com as pessoas que irão produzir e gerenciar o projeto.
Se o que você espera nos primeiros meses após lançar um podcast são feedbacks positivos, novos contatos e melhor posicionamento no mercado, então o raciocícnio está correto.
Por fim, não é um problema querer começar um podcast apenas para melhorar a imagem da sua marca, principalmente se o conteúdo tiver qualidade. Isso gera empregos e oportunidades para o setor, e quanto mais podcasts forem produzidos, melhor para nós produtores. O revés dessa tendência é estar mais ávido pelos resultados do que pelo processo.
E para provar que eu não estou tentando te dissuadir da ideia de criar um podcast, fica aqui a minha dica. Se você quer muito experimentar essa mídia, mas não dispõe do tempo ou do orçamento que ela exige para cobrir as etapas de produção, gravação, edição e divulgação, então, aposte em podcasts curtos, de até cinco minutos. Eles podem ser criados do zero ou, melhor ainda: reaproveitando conteúdos existentes. Os “brief podcasts”, como são chamados, foram tema da coluna de março do Rodrigo Tigre aqui no Castnews.
Se quiser falar sobre áudio, consultorias, enviar sugestões de pauta para A Era do Áudio e até mesmo compartilhar os podcasts narrativos que está escutando (adoro!), me envia um alô nas redes sociais.
Eu sou @anandagarcia em todas as mídias e o meu podcast é @aeradoaudio, no Instagram. Também fique à vontade para me adicionar no Linkedin.
A Era do Áudio está disponível em todos os players, então sirva-se à vontade. Aqui está o link para me encontrar no Spotify.
Para conhecer um pouco mais sobre o meu trabalho, visite www.anandagarcia.com.