O Spotify anunciou aquisição da Podsights e Chartable na última semana. Essas são duas empresas conhecidas por rastrear dados que permitem que profissionais de marketing, anunciantes e podcasters meçam o sucesso de seus programas.
Este é um grande negócio, para dizer o óbvio. Se os podcasters evitaram o mundo de podcast do Spotify até agora, eles provavelmente terão que começar a se envolver. Ambas as plataformas são críticas a fim de mostrar aos anunciantes que seu marketing está sendo ouvido e aplicado e que os anúncios de podcast são eficazes e dignos de um orçamento.
Quanto ao Spotify, empresa diz que trará a tecnologia da Podsights para seus “anúncios de áudio em música, anúncios em vídeo e anúncios gráficos”. O destino de Chartable parece menos claro.
Essas compras prepararam o Spotify para competir melhor com o YouTube, especificamente com as análises do site.
O YouTube, acredito, é o principal concorrente do Spotify. Podemos ver isso nas prioridades de produtos do Spotify – ele construiu podcasts de vídeo em sua plataforma, cortejou podcasters do YouTube (ou seja, Rogan e outros) e lançou o Anchor na tentativa de trazer criadores para seu aplicativo.
O CEO Daniel Ek diz que a missão da empresa é ter 50 milhões de criadores no Spotify. Para atingir esse objetivo, é necessário não apenas uma maneira de ganhar dinheiro (anúncios programáticos confiáveis e de qualidade), mas também análises robustas, que o Podsights e o Chartable podem ajudar a fornecer.
Spotify x YouTube
Agora, eu me perguntei neste boletim o que o YouTube poderia fazer no espaço de podcast. O YouTube já tem anúncios programáticos para quem quiser (algo que o Spotify está tentando fazer acontecer). O YouTube, sem sequer tentar, já é um lugar popular para as pessoas consumirem podcasts (um espaço que o Spotify está tentando dominar). E, por fim, o YouTube já oferece análises robustas sobre quem está assistindo e como (novamente, uma área que o Spotify deseja possuir).
Criticamente, o YouTube também tem muitos dados sobre o comportamento dos usuários porque o Google é essencialmente sinônimo de tudo o que fazemos online, como enviar e-mails e navegar. Ele não precisa se preocupar com o fato de a Apple não permitir o rastreamento entre aplicativos, como o Facebook ou o Spotify.
O YouTube contratou Kai Chuk no ano passado para supervisionar os podcasts na plataforma – a primeira pessoa a assumir esse papel – e também tornou a audição em segundo plano gratuita para os usuários canadenses do YouTube Music.
Ambos podem ser vistos como indicadores do crescente interesse do Google no espaço, embora eu deva dizer que isso não garante que nenhuma mudança significativa seja feita – nesse caso, melhor para o Spotify.
Então, sim, esta compra, como sempre, é dar ao Spotify uma parte maior do mundo do podcasting. A empresa quer ser o maior e melhor lugar para comprar e distribuir anúncios em áudio e essa aquisição ajuda a chegar lá. A questão é se ele pode se tornar esse lugar antes que o YouTube permita que as pessoas enviem apenas áudio para sua plataforma e, por causa de seu tamanho, frustre as ambições do Spotify.
Essa publicação é a tradução adaptada do artigo de Ashley Carman, publicado originalmente no Hot Pod.